A primeira coisa que te digo sobre a chamada: "por que os FIP IEs estão Baratos?" é que apenas para chamar sua atenção! Vamos falar aqui apenas sobre o portfólio e sobre o desproporcional retorno que o Ativo está (comparado ao Risco, é claro) e você vai chegar a esta conclusão!: "É, realmente, está barato!" e o "Por que?". Para mim, não importa. Quanto mais pessoas notarem esse potencial de retorno, mais cedo ele vai diminuir, podendo, inclusive, acabar. "Vai ser Agora?". Isso já te respondo: "Não"!
Então vamos falar do que importa, o VIGT11. O Vinci Energia tem VP de R$96,07 e valor de Mercado de hoje dia 23/11/2021 de R$ 73,25. Basta isso para chamar um pouco da sua atenção certo!? Portfólio composto por 3 transmissoras, 3 geradoras eólicas. Além disso possui uma debêntures conversíveis de uma transmissora (Vineyards), em parceria com a Sterlite. Em setembro, anunciou 2 possíveis novas aquisições.
As 3 geradoras eólicas são 3 parques do mesmo complexo. Mangue Seco 1, 3 e 4, o FIP detém 100% desses ativos. Localizado em Guamaré, litoral do Rio Grande do Norte, uma região com histórico de boa safra de ventos. O complexo foi desenvolvido pela Petrobras e vendido ao fundo, em meio ao processo de desmobilização de ativos não “core” da empresa. Além do complexo Mangue Seco, Guamaré possui outros dois parques eólicos da Multiner, o Alegria 1 e 2, mostrando a vocação da região para esse tipo de projeto. O fim do contrato PPA desses ativos com Aneel (obtido através de LER – Leilão de Energia de Reserva de 2009) é 2032. Findo a PPA, o mesmo pode ser renovado ou participar de outro leilão. O fim da autorização é 2045, quando o ativo voltará ao governo. Eólica tem risco de geração, principalmente uma safra ruim de ventos, mas a região que o projeto foi instalado, são raros os anos de safra de ventos abaixo da média histórica.
No portfólio de transmissoras, temos 3 empreendimentos. O primeiro é a LEST (liga Usina de Paulo Afonso a regiões de Pernambuco, Alagoas e Bahia) com contrato até agosto de 2047, o segundo é Arcoverde (liga subestações no estado de Pernambuco), também com contrato até agosto de 2047 e a TPAE (linha subterrânea em Porto Alegre, ligando duas subestações) que possui contrato até nov/2039. Em transmissora, o único risco é operacional (queda de torre, troca de linha, manutenção), estando disponível a linha, a empresa recebe a receita. O fundo ainda comprou debêntures conversíveis em ações da Vineyards, que ao final da obra de construção dessas linhas, todas no Rio Grande do Sul, o fundo ficará com 100% do novo ativo. Essas linhas fazem parte do leilão de 2017, do pacote que a Sterlite arrematou. O fundo será parceira da empresa durante as obras, sendo credor de 80% do ativo e posteriormente arrematando os 20% restantes.
No mês de setembro o fundo anunciou duas possíveis novas compras, sendo 51% da LEST (fundo detém 49% atualmente) e da ESPRA. Esperamos as conclusões das compras, para reanalisá-las. Mas de antemão, deve subir a TIR e os rendimentos do fundo, pois os ativos serão comprados com alavancagem direta, utilizando linhas de crédito disponíveis.
Atualmente o fundo está sendo negociado no mercado com TIR na casa de IPCA+10% a.a., que é um risco típico de quem desenvolve os ativos. Para se ter ideia, TIR de 10% foi estimada para um Preço de 77,5 e hoje está 73.
Sobre as perspectivas de rendimento do Ativo:
O rendimento de Dezembro pode chegar a R$ 3,00. Outro detalhe importante é que as projeções acima de 2022, não contemplam a possível nova aquisição que aumenta o Retorno e o Yeld já para 2022.
Para Finalizar um Gráfico bem interessante mostrando a questão da concessão, ou seja, o VP indo para 0, o comportamento do mesmo ao longo de todo o Período, como fica o DY e o retorno do VIGT. Além disso, o reflexo em caso de impactos negativos do cenário de taxa de Juros. Se tiver dificuldade de entender essa "mágica" do DY x retorno favor ver esse vídeo que explica sobre Concessão, Alavancagem, Retorno e DY.
Autores:
Eleu Scorsin Filho e Diogo Arantes